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A. O. C. >< C. N. S.

Cartas da Pandemia / Cartas 2020  / A. O. C. >< C. N. S.

A. O. C. >< C. N. S.

Dor
Dor
É carnal
Visceral

Dor pelo próximo que está partindo
Dor pela humanidade esvaindo

Dor
É carnal
Visceral

Dor pela criança desprotegida
Dor pela fala engolida

Dor
É carnal
Visceral

Dor pela “falta de ar” dos negros
Dor pela hipocrisia dos brancos

Dor
É carnal
Visceral

Dor pela mãe, negra, empregada
Dor pela criança que só queria ser amada

Dor

É carnal

Visceral

Dor pelos profissionais remotos

Dor pelos profissionais presentes e “mortos”

Dor É carnal Visceral Dor pelo povo antirracista

Dor pelo posicionamento facista

Dor

É sucumbir Mas Sobretudo Resistir

Por favor, sejamos mais humanos!

A. O. C.

05/06/2020

 

RESPOSTA >

 

Agradeço a oportunidade
de contemplar estes versos,
é de uma sensibilidade,
beleza e profundidade.
E nestes termos,
sou imensamente grata
pela partilha de algo tão belo,
que me fez chorar na madrugada.
Recordei um dito popular
que diz “não há mal que perdure,
não há dor que não se cure”
E não há coração que segure.
Ora dar tristeza,
ora dar angústia,
E por vezes, respiro
me acalento na música.
Nesses tempos de pandemia,
a cultura e arte tem seu lugar,
tem sido refúgio da gente,
refúgio para não pirar.
“não fuja da dor” diz a canção
“Querer sentir a dor
Não é uma loucura
Fugir da dor é fugir da própria cura”.
dor é no corpo, é texto vivo,
constrói, tece e costura
ressignifica, dar sentido.
Esperançar é de dentro para fora,
é movimento, é preciso.

C. N. S.

16/07/2020

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